sábado, dezembro 31

Doze passas, um desejo.

Há momentos que não deviam existir. Momentos que nos escurecem a alma e fazem parecer que a vida é menos vida do que devia ser. Quando estes momentos ocorrem em épocas de balanço, e o tempo não tem tempo para amenizar o estrago, o balanço desiquilibra-se e sai sempre defraudado.
2005 foi uma merda.
Doze passas, um desejo. Que 2006 seja melhor.

sábado, dezembro 24

Este é o único fish & chips

...que devia ser permitido por lei. Bacalhau com natas.



Enquanto vocês ainda abrem os olhos devagarinho, estremunhados nesta manhã de 24 de Dezembro, nós vamos ali cear e comemorar o nosso natal.
A todos vós, desejo-vos que passem uns óptimos dias e que acima de tudo sejam felizes. Beijinhos!

sexta-feira, dezembro 23

Nova tradição de natal....

ou então não, ou então não!!!
Para nós o Natal na Tasmania vai ficar para sempre associado à baba de camelo. Não há Natal sem baba, embora o contrário já seja bem possível.
Eu explico. No primeiro Natal que aqui passamos fomos fazer a consoada a casa de uns brasileiros. Estavam lá quase todos os brasileiros que moram aqui em Hobart. Calhou-nos levar sobremesa. O que é que levamos, o que é que não levamos, e tal e coiso. Decidimos levar gelado (sim, aqui é verão, lembram-se??? vocês talvez se lembrem, mas a nós, a ver pela chuva lá fora e a temperatura actual poderia passar-nos completamente ao lado!), e baba de camelo.
O jantar correu alegre e calmo, trocamos prendas, tiramos fotos e finalmente fomos às sobremesas. Quando nos perguntaram o que era aquilo amarelo e espesso que estava na taça, nós respondemos muito naturalmente que era baba de camelo. As caras de repulsa foram–se multiplicando enquanto a palavra corria. Traduções para inglês para os que não falavam português resultaram em camel’s drool. Isto originou ainda mais caras de repulsa, lá está! Não sei se houve ou não algum vómito escondido, mas é bem possível. A nós parecia-nos que íamos levar a baba de camelo inteirinha para casa (ó que pena!!). Finalmente um corajoso tirou um bocado. Este acto não ajudou muito, porque a baba de camelo espessa e elástica a ser posta num prato renovou a repulsa. Depois claro está, um provou, começou a falar, provou outro e outro e outro e rapidamente lá foi a baba de camelo toda. A partir daí a baba de camelo tornou-se lendária e não há festa (de natal ou não!) em que não peçam baba de camelo. Já se tornou piada. A semana passada quando a Denise nos telefonou a convidar para a consoada, a primeira coisa que disse foi:
-Logicamente a gente só está convidado vocês por causa da baba de camelo. Vai trazer, não vai??

quarta-feira, dezembro 21

LINDO!!!


Aqui está uma daquelas coisas que nunca me passaria pela cabeça fazer em Portugal...e aqui, não só passou como já está feita. Mas também, verdade seja dita que aqui me passam muitas coisas esquisitas pela cabeça.
Apeteceu-me porque me apeteceu fazer bolo rei, e claro o coitado do Cazé levou por tabela porque eu não tenho jeito nenhum para massas, e ele é que a amassou. Mas aqui está o resultado, não só com bom aspecto, mas também bem bom.
Amanhã já tenho bolo para levar para o café da manhã no laboratório. Aqui, ainda se usa muito no natal oferecer ou partilhar bolos e bolinhos feitos em casa. E eu acho piada e amanhã... bolo rei!

Trrim, trrim*

Se for para mim, hoje não estou!!

*os toques polifónicos ainda não chegaram cá a casa.

sábado, dezembro 17

Vou ter saudades deles!


Apresento-vos a equipa da Glass House. Meia hora semanal de humor corrosivo, politicamente incorrecto, com muita palhaçada pelo meio, que até há bem pouco tempo fazia a nossa delícia. Agora acabou, porque já começou a época de verão na TV :(
Uma espécie de Homem que Mordeu o Cão meets Noite da Má Língua.
O programa junta Will Anderson, cómico e até há pouco tempo animador do programa da manhã da TripleJ, uma das rádios nacionais de maior audiência, Corinne Grant, actriz e cómica de stand up, e o palhaço de serviço Dave Hughes, cómico de stand up e também parte da equipa do programa da manhã de outra rádio. A eles juntam-se 2 convidados que podem ser desportistas, actores, jornalistas, cómicos etc, etc
A partir daí e de algumas notícias bizarras e/ou citações políticas (geralmente) fora de contexto, nasce meia hora de conversa que tem não raramente momentos geniais.
Têm vítimas de eleição, onde mal ou bem vão sempre bater... a Paris Hilton, o pm australiano John Howard, o Russel Crow, o Bush, o Michael Jackson, Shane Warne, jogador de cricket (e especialista em sms's para sras que não a sua mulher), a ministra da imigração australiana Amanda Vanstone...etc...etc

Uma coisa que gosto muito no humor destes tipos aqui, é o facto de terem muito poucas papas na língua e o humor ser (principalmente em questões políticas) curto e grosso. Há que chamar as coisas pelos nomes e a brincar a brincar...

sexta-feira, dezembro 9

Merry Christmas


Hoje foi dia de barbeque de natal do Departamento. Vai daí, aqui fica a foto para puderem comparar e ver que eu não minto quando falo dos bbq australianos. Diga-se em abono da verdade que embora a maior parte fosse mesmo salsichas, também houve algumas kebabs (espetadas de carne encharcadas em molho de composição indecifrável), e até alguns bifitos. Tenho também que dizer que há um pormenor dos bbq australianos que vamos adoptar em Portugal. Temos de arranjar uma chapa pequena para cobrir parte do nosso grelhador e começar a fazer também vegetais. Eles grelham cogumelos, tomate, beringela etc no bbq e fica bem bom. Temperadinho então com azeitinho e vinagre deve ficar ainda melhor!
E hoje para comer com as salsichas lá estava o ketchup e molho barbeque para acompanhar, assim como o belo do panrico. Ora o que acontece é que quando se põe carne grelhada numa fatia de panrico, este fica molhado com o molho da carne, e transforma-se naquela famosa e maravilhosa pasta que se cola ao céu da boca e aos dentes e não se arranca senão com martelo e escopro. Como não dava para me pôr ali a bochechar com coca-cola;) ...tive de me aguentar à bronca, ficar com um tecto falso no céu da boca e esperar pacientemente que a pasta lá desaparecesse!

terça-feira, dezembro 6

Afinal há coincidências...


...são é como o próprio nome indica, apenas....... coincidências.

Esta ilha minúscula que está na foto fica 26 Km ao largo do sul da Tasmania e chama-se Pedra Branca Island. Assim, em português, tal qual escrevi aqui: Pedra Branca Island.

A casa onde sempre morei e ainda moro em Portugal chama-se Pedra Branca...

sábado, dezembro 3

1 ano

No dia 1 de Dezembro fez um ano que aqui chegamos, da última vez. Antes disso tínhamos cá estado os últimos 4 meses de 2002 e 6 meses entre 2003 e 2004. Ontem enquanto pensava que este último ano tinha passado tão devagar e ao mesmo tempo tão depressa pensava no que foi para nós esta decisão.

Desde o principio, entre amigos, conhecidos e outros que não sendo uma coisa e mal sendo a outra, tinham que meter o bedelho e deixar expressa a sua opinião, duas opiniões extremas e muito diferentes foram defendidas.
A versão maravilha: Os que diziam que ia ser uma grande aventura, que ia ser tudo bom, que éramos uns sortudos e isto era o melhor que nos podia acontecer na vida. Iam ser umas férias prolongadas!!!
A versão mártires: Os que pondo uma cara pesarosa afirmavam vezes sem conta que fazíamos bem, às vezes é preciso fazer sacrifícios na vida, ia custar muito, mas no fim voltávamos numa situação melhor (!?), e mal por mal tinhamo-nos um ao outro para nos consolarmos.
Claro que como tudo na vida, a nossa vinda não foi uma coisa nem a outra, mas uma situação intermédia com apontamentos de uma e de outra versões extremas. Claro que houve alturas em que as saudades e a vontade de ver certas pessoas era tanta que até apetecia dar cabeçadas na parede, mas a verdade também é que eu não trocava o que aprendi, vi e passei nestes últimos anos por nada.

Descobri que não tenho espírito de imigrante. Estou demasiado próxima dos meus amigos e família em Portugal para pensar em me mudar para outro país a termo incerto.
Descobri que gosto de ser portuguesa e do que isso acarreta em termos culturais.

Descobri que Portugal é efectivamente uma merda em muitas coisas, mas também descobri que há muito defeitosinho e maneira de fazer as coisas que eu atribuía imediatamente ao facto de estarmos em Portugal e que afinal também acontecem e são feitas noutros sítios.
Descobri que não ter terceiros com quem desanuviar a cabeça quando algo não corre bem, que viver efectivamente a dois, sem mais ninguém a quem recorrer para opiniões, decisões etc pode ser um grande teste numa relação, mas também descobri que essa ausência de outros pode ser muito saborosa e enriquecedora.
E descobri e aprendi muitas outras coisas que suponho me fazem uma pessoa mais rica interiormente (sim, porque a situação melhor em que vamos voltar continuo a pensar qual será!?!), e me vão fazer ser uma pessoa diferente nem que seja porque vi(vi) outras experiências.

sexta-feira, dezembro 2

Está na hora do jantar!

À bocado liguei para um restaurante onde queriamos ir jantar, para reservar mesa. É um restaurante indiano pequeno onde queremos ir, mas sem reservar é practicamente impossível conseguir mesa numa sexta à noite.
Liguei e disse que queria fazer uma reserva para o jantar. A sra respondeu que estavam cheios e que só tinha vagas para muito cedo ou muito tarde. Eu, porque já sei do que a casa gasta, perguntei o que seria o "muito tarde" ao que ela, depois de remexer uns papéis, respondeu......8.30! (exactamente a hora para a qual eu queria marcar, uma vez que aqui, só os dois, até costumamos jantar cedo!). Eu respondi: -Great! e ela disse: -yeah... it's too late.
Lá expliquei que não, que era óptimo às 8.30, por isso daqui a nada vamos jantar.....tarde, tarde! Nem sei o que seriam as vagas para muito cedo...

quinta-feira, dezembro 1

Modas!



Esta mania RIDÍCULA de usar as golas dos pólos para cima "à la Cantona" não está de volta aí, pois não????
São só mesmo estes gajos aqui que ainda não sairam dos anos 90, não são???