Um país que foi feito à força, que conquistou terra à força, que impõe uma ordem forçada aos palestinianos, que força os EUA a tomarem posições que ninguém entende, que mata e pede desculpa sem se arrepender, que tem uma herança horrível do holocausto mas que não pensa um segundo nos direitos das 37 crianças que ontem morreram, que assassinaram...quem pode aceitar isto?! Será que toda a acção em nome de Deus justifica isto?! Enfim...Cada vez mais compreendo o Dalai Lama...
Bom, acho que vcs têem toda a razão em criticar e abominar a violência. Eu, pessoalmente, não gosto dos Israelitas. Acho que o facto de estar escrito na biblia que aquele terreno é deles, não faz com que o registo de propriedade seja verdadeiro. Assim, mete-me nojo o que os Israelitas fazem em relação aos Palestinianos. Obrigam os pobres desgraçados a uma lei (em tudo semelhante à aplicada pelo regime Nazi aquando da invasão à Polónia) esmagadora e vexatória. Retiram-nos das suas terras de sempre, para a instalação dos "colonatos"... Enfim, Detesto os Israelitas.
Mas... O Hezbollah colocar lança-mísseis no meio de bairros altamente populados é o quê??? A cegueira daqueles gajos vai ao ponto de não expulsar essas armas sequiosamente procuradas pelos F-16 Israelitas... Depois cai um missil, uma bomba de fragmentação, mata 50 ou 60 pessoas, das quais um é militante e as restantes são inocentes!!! Querem o quê??? "Ah e tal ó Hezbollah, epá, tirem lá os vossos lança-misseis do meio das casas onde moram os vossos filhos e pais e mulheres, que a gente quer fazer um bombardeamento limpinho"...
Bom... esta merda está mal parada e não sabemos ainda o futuro, mas daqui se vê a hipocrisia e fraqueza da Europa e da ONU...
Lamento as crianças, lamento os inocentes. Mais que os fanáticos libaneses, é certo!!!
Francisco
ps: já tinha postado este comentário no blog do Pedro Ribeiro (não é plágio, ok Patrícia??) :)
Eu gostava de pôr aqui um comentário, mas a verdade é que não sou capaz. O absurdo de tudo isto é inacreditável. Temos toda a comunidade internacional de um lado e 3, apenas 3 países do outro. E esses 3 países vergam o mundo à sua vontade.
Escrevo-te esta carta com o coração apertado. Deixo a análise fria para a razão cínica que domina o comentário político ocidental. És um dos intelectuais judeus israelitas – como te costumas classificar para não esquecer que um quinto dos cidadãos de Israel são árabes – mais progressistas que conheço. Aceitei com gosto o convite que me fizeste para participar no Congresso que estás a organizar na Universidade de Telavive. Sensibilizou-me sobretudo o entusiasmo com que acolheste a minha sugestão de realizarmos algumas sessões do Congresso em Ramalah. Escrevo-te hoje para te dizer que, em consciência, não poderei participar no congresso. Defendo, como sabes, que Israel tem direito a existir como país livre e democrático, o mesmo direito que defendo para o povo palestiniano. "Esqueço" com alguma má consciência que a Resolução 181 da ONU, de 1947, decidiu a partilha da Palestina entre um Estado judaico (55% do território) e um Estado palestiniano (44%) e uma zona internacional (os lugares santos: Jerusalém e Belém) para que os europeus expiassem o crime hediondo que tinham cometido contra o povo judaico. "Esqueço" também que, logo em 1948, a parcela do Estado árabe diminuiu quando 700.000 palestinianos foram expulsos das suas terras e casas (levando consigo as chaves que muitos ainda conservam) e continuou a diminuir nas décadas seguintes, não sendo hoje mais de 20% do território. Ao longo dos anos tenho vindo a acumular dúvidas de que Israel aceite, de facto, a solução dos dois Estados: a proliferação dos colonatos, a construção de infra-estruturas (estradas, redes de água e de electricidade), retalhando o território palestiniano para servir os colonatos, os check points e, finalmente, a construção do Muro de Sharon a partir de 2002 (desenhado para roubar mais território aos palestinianos, os privar do acesso à água e, de facto, os meter num vasto campo de concentração). As dúvidas estão agora dissipadas depois dos mais recentes ataques na faixa de Gaza e da invasão do Líbano. E agora tudo faz sentido. A invasão e destruição do Líbano em 1982 ocorreu no momento em que Arafat dava sinais de querer iniciar negociações, tal como a de agora ocorre pouco depois do Hamas e da Fatah terem acordado em propor negociações. Tal como então, foram forjados os pretextos para a guerra. Para além de haver milhares de palestinianos raptados por Israel (incluindo ministros de um governo democraticamente eleito), quantas vezes no passado se negociou a troca de prisioneiros? Meu Caro Frank, o teu país não quer a paz, quer a guerra porque não quer dois Estados. Quer a destruição do povo palestiniano ou, o que é o mesmo, quer reduzi-lo a grupos dispersos de servos politicamente desarticulados, vagueando como apátridas desenraizados em quadrículos de terreno bem vigiados. Para isso dá-se ao luxo de destruir, pela segunda vez, um país inteiro e cometer impunemente crimes de guerra contra populações civis. Depois do Líbano, seguir-se-á a Síria e o Irão. E depois, fatalmente, virar-se-á o feitiço contra o feiticeiro e será a vez do teu Israel. Por agora, o teu país é o novo Estado pária, exímio em terrorismo de Estado, apoiado por um imenso lobby comunicacional – que sufocantemente domina os jornais do meu país – com a bênção dos neoconservadores de Washington e a vergonhosa passividade a União Europeia. Sei que partilhas muito do que penso e espero que compreendas que a minha solidariedade para com a tua luta passa pelo boicote ao teu país. Não é uma decisão fácil. Mas crê-me que, ao pisar a terra de Israel, sentiria o sangue das crianças de Gaza e do Líbano (um terço das vítimas) enlamear os meus passos e embargar-me a voz.
7 comentários:
Fiquei chocadíssima ao ver as imagens do que aconteceu ontem :'(
E, para variar, os EU estão sempre metidos nestas barbaridades.
Um país que foi feito à força, que conquistou terra à força, que impõe uma ordem forçada aos palestinianos, que força os EUA a tomarem posições que ninguém entende, que mata e pede desculpa sem se arrepender, que tem uma herança horrível do holocausto mas que não pensa um segundo nos direitos das 37 crianças que ontem morreram, que assassinaram...quem pode aceitar isto?! Será que toda a acção em nome de Deus justifica isto?! Enfim...Cada vez mais compreendo o Dalai Lama...
Bom, acho que vcs têem toda a razão em criticar e abominar a violência. Eu, pessoalmente, não gosto dos Israelitas. Acho que o facto de estar escrito na biblia que aquele terreno é deles, não faz com que o registo de propriedade seja verdadeiro. Assim, mete-me nojo o que os Israelitas fazem em relação aos Palestinianos. Obrigam os pobres desgraçados a uma lei (em tudo semelhante à aplicada pelo regime Nazi aquando da invasão à Polónia) esmagadora e vexatória. Retiram-nos das suas terras de sempre, para a instalação dos "colonatos"... Enfim, Detesto os Israelitas.
Mas... O Hezbollah colocar lança-mísseis no meio de bairros altamente populados é o quê??? A cegueira daqueles gajos vai ao ponto de não expulsar essas armas sequiosamente procuradas pelos F-16 Israelitas... Depois cai um missil, uma bomba de fragmentação, mata 50 ou 60 pessoas, das quais um é militante e as restantes são inocentes!!! Querem o quê??? "Ah e tal ó Hezbollah, epá, tirem lá os vossos lança-misseis do meio das casas onde moram os vossos filhos e pais e mulheres, que a gente quer fazer um bombardeamento limpinho"...
Bom... esta merda está mal parada e não sabemos ainda o futuro, mas daqui se vê a hipocrisia e fraqueza da Europa e da ONU...
Lamento as crianças, lamento os inocentes. Mais que os fanáticos libaneses, é certo!!!
Francisco
ps: já tinha postado este comentário no blog do Pedro Ribeiro (não é plágio, ok Patrícia??) :)
Eu gostava de pôr aqui um comentário, mas a verdade é que não sou capaz. O absurdo de tudo isto é inacreditável. Temos toda a comunidade internacional de um lado e 3, apenas 3 países do outro. E esses 3 países vergam o mundo à sua vontade.
Como se desse para acreditar em "enganos" desses nesta época de precisão tecnológica!
Carta a Frank - Boaventura de Sousa Santos
Publicado na Visão em 27 de Julho de 2006
Escrevo-te esta carta com o coração apertado. Deixo a análise fria para a razão cínica que domina o comentário político ocidental. És um dos intelectuais judeus israelitas – como te costumas classificar para não esquecer que um quinto dos cidadãos de Israel são árabes – mais progressistas que conheço. Aceitei com gosto o convite que me fizeste para participar no Congresso que estás a organizar na Universidade de Telavive. Sensibilizou-me sobretudo o entusiasmo com que acolheste a minha sugestão de realizarmos algumas sessões do Congresso em Ramalah. Escrevo-te hoje para te dizer que, em consciência, não poderei participar no congresso. Defendo, como sabes, que Israel tem direito a existir como país livre e democrático, o mesmo direito que defendo para o povo palestiniano. "Esqueço" com alguma má consciência que a Resolução 181 da ONU, de 1947, decidiu a partilha da Palestina entre um Estado judaico (55% do território) e um Estado palestiniano (44%) e uma zona internacional (os lugares santos: Jerusalém e Belém) para que os europeus expiassem o crime hediondo que tinham cometido contra o povo judaico. "Esqueço" também que, logo em 1948, a parcela do Estado árabe diminuiu quando 700.000 palestinianos foram expulsos das suas terras e casas (levando consigo as chaves que muitos ainda conservam) e continuou a diminuir nas décadas seguintes, não sendo hoje mais de 20% do território.
Ao longo dos anos tenho vindo a acumular dúvidas de que Israel aceite, de facto, a solução dos dois Estados: a proliferação dos colonatos, a construção de infra-estruturas (estradas, redes de água e de electricidade), retalhando o território palestiniano para servir os colonatos, os check points e, finalmente, a construção do Muro de Sharon a partir de 2002 (desenhado para roubar mais território aos palestinianos, os privar do acesso à água e, de facto, os meter num vasto campo de concentração). As dúvidas estão agora dissipadas depois dos mais recentes ataques na faixa de Gaza e da invasão do Líbano. E agora tudo faz sentido. A invasão e destruição do Líbano em 1982 ocorreu no momento em que Arafat dava sinais de querer iniciar negociações, tal como a de agora ocorre pouco depois do Hamas e da Fatah terem acordado em propor negociações. Tal como então, foram forjados os pretextos para a guerra. Para além de haver milhares de palestinianos raptados por Israel (incluindo ministros de um governo democraticamente eleito), quantas vezes no passado se negociou a troca de prisioneiros?
Meu Caro Frank, o teu país não quer a paz, quer a guerra porque não quer dois Estados. Quer a destruição do povo palestiniano ou, o que é o mesmo, quer reduzi-lo a grupos dispersos de servos politicamente desarticulados, vagueando como apátridas desenraizados em quadrículos de terreno bem vigiados. Para isso dá-se ao luxo de destruir, pela segunda vez, um país inteiro e cometer impunemente crimes de guerra contra populações civis. Depois do Líbano, seguir-se-á a Síria e o Irão. E depois, fatalmente, virar-se-á o feitiço contra o feiticeiro e será a vez do teu Israel. Por agora, o teu país é o novo Estado pária, exímio em terrorismo de Estado, apoiado por um imenso lobby comunicacional – que sufocantemente domina os jornais do meu país – com a bênção dos neoconservadores de Washington e a vergonhosa passividade a União Europeia. Sei que partilhas muito do que penso e espero que compreendas que a minha solidariedade para com a tua luta passa pelo boicote ao teu país. Não é uma decisão fácil. Mas crê-me que, ao pisar a terra de Israel, sentiria o sangue das crianças de Gaza e do Líbano (um terço das vítimas) enlamear os meus passos e embargar-me a voz.
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